Bexiga Hiperativa é caracterizada pelos sintomas de urgência urinária
A síndrome da bexiga hiperativa é caracterizada pelos sintomas de urgência urinária (vontade intensa e incontrolável de urinar) e frequência urinária (necessidade de urinar várias vezes no dia). Estes sintomas podem ser acompanhados de perda urinária ou não. A bexiga hiperativa é uma situação diagnosticada tanto em homens como em mulheres (mais comum), e aumenta a sua incidência com o envelhecimento. Sua presença está associada a intenso impacto na qualidade de vida.
O diagnóstico é basicamente realizado com a avaliação dos sintomas (em que podemos utilizar o diário miccional e questionários específicos). É importante sempre afastar outras causas para os sintomas, como a presença de infecção urinária, cálculos ou tumores. O estudo urodinâmico pode ser indicado na avaliação inicial, mas tem indicação mais precisa nos casos refratários ao tratamento ou onde um componente neurogênico possa estar presente.
O tratamento pode ser iniciado com medidas comportamentais, como retirada da dieta de alimentos que piorem os sintomas (identificados por muitas pacientes – café, alimentos picantes, refrigerantes etc.), medidas para otimizar o esvaziamento vesical, entre outros. A fisioterapia pélvica também pode ser utilizada de forma isolada inicialmente ou em associação com o uso de medicações.
A base do tratamento medicamentoso da bexiga hiperativa é realizada através do uso de antimuscarínicos, que atuam em determinados receptores na bexiga. Como estes receptores não estão presentes apenas na bexiga, efeitos colaterais, como boca seca, constipação e impacto na cognição podem ocorrer. Estes efeitos colaterais variam de acordo com o tipo de medicação utilizada. Recentemente, passamos a utilizar, também no Brasil, os agonistas dos receptores beta-3. Trata-se de uma nova classe de medicamento, que atua em diferentes receptores e, desta forma, minimiza os efeitos colaterais ocasionados pelos antimuscarínicos.
Para os casos em que os pacientes se encontram refratários ao tratamento não-invasivo inicial, podemos lançar mão de duas opções – a injeção intravesical de toxina botulínica (BOTOX) ou a neuromodulação sacral.